A ARTE DA VIDA

terça-feira, 3 de abril de 2012

Economia Verde e Sustentabilidade na Amazônia

Economia Verde e Sustentabilidade passaram a ser temas da atualidade que despertaram minha vontade de continuar a aprender!

Como economista, os campos de atuação em minha vida foram bastante diversificados, trabalhei e trabalho com planejamento estratégico e orçamento na área publica por mais de trinta anos; como consultora organizacional, utilizei  meus conhecimentos da área econômica, para ampliar minha visão sistêmica das organizações e vê-las  como organismos vivos e  únicos, que tem uma missão, uma visão e com seu negócio, oferecem a sociedade produtos e serviços que vem atender necessidades específicas do segmento de mercado escolhido por elas.Além disto sou líder sindical dos economista, exercendo ha mais de tres anos a presidência do Sindicato dos Economistas do Estado do Pará  e a dois anos a Diretoria da Região Norte da Federação Nacional dos Economistas.Minha ligação portanto com a economia é profunda e por ela troquei uma carreira na medicina, muito desejada na infância e adolescência. Porisso e com ela acho que aprendi a cuidar um pouco do corpo social ao invés do corpo humano.

Assim fui procurar estudar um pouco sobre o verdadeiro sentido da Economia Verde, que em contraposição a Economia Marrom, vem se preocupar com este corpo social, para que as futuras gerações possam usufruir da qualidade de vida, que alguns de nós  conseguiu ou mesmo consegue obter na atualidade. As projeções dos estudiosos exigem que tomemos medidas atuais, para não contaminar mais o planeta: nossa terra, nosso, solo, nossas florestas , nossas águas, nossa dignidade social!

Para os leigos nos conceitos econômicos, a economia verde parte do pressupostos de que as atividades produtivas precisam ser exercidas, reduzindo o impacto ambiental na utilização de seus insumos.Crescer economicamente deve significar simultaneamente reduzir  o desperdício com os recursos naturais não renováveis e assim promover o desenvolvimento sustentável, que se baseia na  eficiência econômica (melhor utilização dos recursos) com justiça social (eficácia dos resultados)e prudência ecológica (efetividade).


Assim como o tema passou a ser apaixonante, e como percebi que os economistas precisam se atualizar e serem um dos principais indutores, de práticas  sustentáveis na atividade produtiva, seja quando  desenham projetos econômicos, desenvolvem programas econômicos para os governos e prestam consultoria a grandes e pequenas empresas, entre outras atividades, desenvolvi um projeto para a realização de um Whorshop : Economia Verde e Sustentabilidade na Amazônia, assessoradas  por especialistas na área: as economistas Maria Amélia Enriquez e Larissa Chermont e pela atuação determinada e consequente  da deputada Simone Morgado que comprou meu projeto e o transformou em uma Sessão Especial na Assembléia Legislativa do estado do Pará.

Neste whorshop, como podem ver no cartaz a seguir, estão os maiores especialistas no tema no Pará, e que nos propiciarão no dia 19 de abril de 2012, oportunidade única de reunirmos informações, conceitos e práticas e assim podermos formular  algum tipo de reflexão que poderá  ser levada a Rio+20, a realizar-se em junho no Rio de Janeiro.

O Whorkshop acontecerá na Assembléia Legislativa do estado do Pará, auditório João Batista., de 8:00 as 12:00 e 14:00 ás 17:00







Quero deixar aqui algumas anotações que podem ajudar quem quiser se aprofundar o tema:


A Contribuição do Clube de Roma: a Tese dos Limites do Crescimento


No ano de 1972 Dennis L. Meadows e um grupo de pesquisadores publicaram o estudo Limites do crescimento . No mesmo ano aconteceu a conferência de Estocolmo sobre ambiente humano. Nem a publicação do Clube de Roma, nem a conferência de Estocolmo caíram do céu. Elas foram a conseqüência de debates sobre os riscos da degradação do meio ambiente que, de forma esparsa,  começaram nos anos 60, e ganharam no final dessa década e no início dos anos  70 uma certa densidade, que possibilitou a primeira grande discussão  internacional culminando na Conferência de Estocolmo em 1972. O estudo do
Clube de Roma reconhece a importância dos trabalhos anteriores e escreve: As  conclusões que seguem emergiram do trabalho que empreendemos até agora. Não somos, de forma alguma, o primeiro grupo a formulá-las. Nestes últimos  decênios, pessoas que olharam para o mundo com uma perspectiva global e a
longo prazo, chegaram a conclusões semelhantes (Meadows, 1972:19).As teses   e conclusões básicas do grupo de pesquisadores coordenado por Dennis  Meadows (1972:20) são:

1. Se as atuais tendências de crescimento da população mundial industrialização, poluição, produção de alimentos e diminuição de recursos naturais continuarem imutáveis, os limites de crescimento neste planeta serão alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto da capacidade industrial.

2. É possível modificar estas tendências de crescimento e formar uma condição de estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades materiais básicas de cada pessoa na Terra sejam satisfeitas, e que
cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu potencial humano individual.

3. Se a população do mundo decidir empenhar-se em obter este segundo resultado, em vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a trabalhar para alcançá-lo, maiores serão suas possibilidades de êxito. Para alcançar a estabilidade econômica e ecológica, Meadows et al. propõem o congelamento do crescimento da população global e do capital industrial; mostram a realidade dos recursos limitados e rediscutem a velha tese de Malthus do perigo do crescimento desenfreado da população mundial. A tese do
crescimento zero, necessário, significava um ataque direto à filosofia do crescimento contínuo da sociedade industrial e uma crítica indireta a todas as teorias do desenvolvimento industrial que se basearam nela. As respostas críticas às teses de Meadows et al. surgiram conseqüentemente entre os teóricos que se
identificaram com as teorias do crescimento. O prêmio Nobel em Economia,Solow, criticou com veemência os prognósticos catastróficos do Clube de Roma (Solow, 1973 e 1974). Também intelectuais dos países do sul manifestaram-se de forma crítica. Assim Mahbub ul Haq (1976) levantou a tese de que as sociedades
ocidentais, depois de um século de crescimento industrial acelerado, fecharam este caminho de desenvolvimento para os países pobres, justificando essa prática com uma retórica ecologista. Essa foi uma argumentação freqüentemente formulada na UNCED no Rio, em 1992, mostrando a continuidade de divergências e desentendimentos no discurso global sobre a questão ambiental e o
desequilíbrio sócio-econômico.



Rumo a uma Nova Teoria do Desenvolvimento?
O conceito de desenvolvimento sustentável tem uma conotação extremamente positiva. Tanto o Banco Mundial, quanto a UNESCO e outras entidades internacionais adotaram-no para marcar uma nova filosofia do desenvolvimento que combina eficiência econômica com justiça social e prudência ecológica. Esse
tripé virou fórmula mágica, que não falta em nenhuma solicitação de verbas para projetos da natureza mais variada no campo eco-sócio-econômico dos países e regiões do nosso velho Terceiro Mundo

. O conceito desenvolvimento sustentável sinaliza uma alternativa às teorias e aos modelos tradicionais do
desenvolvimento, desgastadas numa série infinita de frustrações. E não eram poucas as teorias que queriam esclarecer as causas do subdesenvolvimento. Lembramo-nos rapidamente:
a) da teoria do subconsumo (Luxemburgo);
b) da teoria do exército industrial de reserva (Sternberg);
c) da teoria dos monopólios mundiais (Lênin); das contribuições subseqüentes de Baran, Bettelheim, Amin,
Palloix, Sweezy;
d) da teoria da dependência representada de um lado por Sunkel, Furtado, Jaguaribe etc. e, por outro, por Frank, dos Santos, Córdova, Cardoso, Ianni etc.; lembremo-nos que nesse contexto desenvolveu-se a
discussão da teoria do capitalismo periférico (Senghaas) e da heterogeneidade estrutural . Não vamos ignorar também:
 e) a teoria da causação circularcumulativa (Myrdal);
 f)a teoria da modernização, respectivamente, do desenvolvimentismo (Hirschman, Prebish, Knakal, Pinto ; g) a teoria do câmbio desigual (Amin, Emmanuel, Mandel etc.) e, finalmente,
 h) a teoria do mercado mundial capitalista (Bosch, Schöller).
O julgamento sobre uma teoria do desenvolvimento depende essencialmente das expectativas com que ligamos teorias e sua aplicação empírica. Isto é o ponto de partida que já pode separar os ânimos. Nós esperamos e isso separa-nos de forma clara do pessimismo macroteórico, que se confronta da mesma maneira com a crítica de ser modista como as tentativas recentes de uma reformulação de
uma teoria do desenvolvimento global, apesar da perda de plausibilidade das grandes teorias sociais, o seguinte: uma teoria do desenvolvimento tem que:
 a) contribuir para a interpretação sistemática do desenvolvimento social;
 b) tem que demonstrar seu valor heurístico nos estudos de casos;
c) deve na base da sua coerência interna servir para orientar a ação social com sentido numa situação
que seria menos transparente sem a existência dessa teoria.

Nas circunstâncias atuais, marcadas pela tentativa secular e pelo fracasso da industrialização não-capitalista, o desdobramento de uma polêmica apontando deficiências parece mais fácil do que a reconstrução de alternativas teóricas e práticas do desenvolvimento. Governos e candidatos ao governo abraçam ainda
com a coragem dos desorientados a idéia da modernização, sem perceber que o modelo da industrialização tardia é capaz de modernizar alguns centros ou setores da economia, mas incapaz de oferecer um modelo de desenvolvimento equilibrado da sociedade inteira. A modernização, não acompanhada da
intervenção do Estado racional e das correções partindo da sociedade civil, desestrutura a composição social, a economia territorial, e seu contexto ecológico. Por isso, necessitamos de uma perspectiva multidimensional, que envolva  economia, ecologia e política ao mesmo tempo. Isso, no fundo, é o ponto de
partida da teoria do desenvolvimento sustentável. Apesar da sua estrutura ainda inacabada, aponta este conceito na direção certa. Quem não quiser se perder no caminho, precisa mais do que boa vontade, ou financiamento externo: precisa de ciência.

Para quem quiser ler o texto integral
http://xa.yimg.com/kq/groups/19711007/678619687/name/livro_desenvolvimento_natureza.pdf#page=92







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