Sempre gostei muito de trabalhos manuais em tecido.
Minha avó é mineira e assim aprendi com ela a apreciar a arte dos retalhes.
Mas preciso treinar muito par ame tornar uma boa artesã.
Este foi o meu primeiro trabalho, a ela dedicado e quando acabei também escrevi um texto que agora compartilho.
UMA HISTÓRIA DE AMOR
MEU PRIMEIRO PATCHWORK
Tributo às minhas avós
29-06-2007
Existem coisas na vida que não conseguimos entender e nem explicar...
Desde muito pequena gostava muito de ver minhas avós costurando. Uma mineira e outra paraense tão diferentes enquanto pessoas, mas tão iguais no seu amor por mim, na paciência e na arte das costuras, linhas e fios.
A segunda, vovó Placidina ensinou-me bem pequena a bordar e amar as plantas. Aos sete anos em Alfenas – MG, fui iniciada na arte da agulha. Bordei muitos paninhos e como gostava disso... Lá também aprendi a gostar de flores e a dar importância a uma horta fresquinha e tão nutritiva.
Esta avó era forte, decidida e muito organizada, lembro-me que ao cuidar de nossa casa, quando minha mãe esteve hospitalizada, criou novas regras: só entravamos em casa deixando na soleira das porta nosso sapato e calçando uma “ chinelinha de pano” feita por ela. Ela era econômica e como ninguém sabia reciclar um tecido, fazendo bordados, crochê e patchwork como ninguém.Vovó.. obrigada pela semente do colorido, da roça e da vida simples e reciclada.Seus olhos eram azuizinhos como os meus e hoje acho-me fisionomicamente muito parecida com ela.
Minha avó materna, Zenaide, já a conheci encima de uma máquina, era uma vovozinha fofa que se profissionalizou e ajudou meu querido vovô Eymar a manter uma tropa de 14 filhos e depois, noras e netos que lá em sua casa se emboletavam. Com eles morei dos quinze aos dezoitos anos quando vim de São Paulo. Ela também era muito determinada, e muito serena. Lembro-me de sua linda voz, cantando canções que embalavam nossos corações. E com ela conheci a técnica dos fuxicos, a reciclagem, que ela adorava fazer em mantas, colchas, tapetes. De você vovó aprendi que na vida vamos cair várias vezes, mas temos que, como ela dizia, ao me ver triste : Minha neta levanta , pega teu cajado e caminha na terra, feliz , alegre e livre.
Esta é a origem do meu amor pelo patchwork, que só agora estou começando a aprender de forma profissional e estou muito feliz, pois estou fazendo o meu primeiro trabalho e estou gostando muito. Lembranças queridas, saudades e mais um objetivo concretizado. Demorou aproximadamente 10 anos, pois em 1997 vi os primeiros trabalhos profissionais em Blumenau, o que me impressionou e até fotografei os modelos expostos na vitrine..
E viva a alegria, o colorido, o juntar partes separadas e criar o novo...
Obrigada minhas avós por terem afinado meu olhar nesta direção.
Parabéns vovó Placidina, que só agora estou sabendo, hoje é seu aniversário.
